(fun.da.men.ta.lis.mo)
sm.
1. Rel. Doutrina ou prática, em setores de várias religiões, que consiste em interpretar literalmente os textos sagrados, tomando suas palavras como únicas verdades
2. Observância rigorosa às leis do Islamismo, ou o próprio Islamismo
3. Fig. Qualquer sistema (político, econômico etc.) que se apresenta como portador exclusivo da verdade e de solução única para problemas
[F.: fundamental + -ismo.]
O conceito e o termo nasceram quase juntos, no início do século XX, em comunidades protestantes dos Estados Unidos, especialmente no estado de Tennessee. Refere-se à ideia, e às atitudes dela decorrentes, de que o texto literal da Bíblia (o Velho e o Novo Testamentos) é absolutamente, e só ele, verdadeiro, com isso rejeitando muitos dos conhecimentos e das propostas da ciência, da filosofia, da cultura moderna e contemporânea. Famoso foi o julgamento do prof. John Scopes, em 1925, no Tennessee, por ter ensinado na escola a proibida (por lei estadual) teoria evolucionista de Darwin. Em um sentido mais genérico, o termo passou a ser usado para designar, nas três religiões monoteístas ' abraâmicas', baseadas em escrituras sagradas (o judaísmo, o cristianismo, e o islamismo), o apego ao texto literal dessas escrituras, com a rejeição de qualquer outra interpretação dos fatos e do sentido moral que encerram. Em fins do século XX e início do século XXI, o termo já era aplicado a uma facção dos crentes, principalmente no islamismo (fundamentalismo islâmico), que passou da fé religiosa absolutista para uma atitude política de conquista de espaços e poder com base nessa fé. Enquanto qualquer fundamentalismo, como ideia de que a única verdade está no texto sagrado, pode se considerar portador de um caminho humanitário de redenção, sua apropriação por facções que pretendem impor sua fé pela conquista e pela eliminação ou sujeição das outras, levou a um confronto em que se misturam religião, política, violência e terrorismo, em meio a muitas distorções e marketing.