s. m. || cada um dos prolongamentos distintos e articulados que terminam a mão e o pé do homem, e as extremidades de outros animais. [Os cinco dedos da mão humana, seguindo de fora para dentro (estando a palma voltada para diante) designam-se por: polegar, indicador, médio, anular e mínimo.] || Cabeça do dedo 1. a sua extremidade. || Nós dos dedos 1. os pontos em que se articulam as falanges. || Cada uma das partes da luva que se amolda aos dedos da mão. || Dar ao dedo 1. (fam.) costurar ou fazer meia com afinco. || Ser apontado a dedo 1. ser mostrado com insistência ou atrair as vistas por motivo de celebridade, ordinariamente não honrosa: Terá Fórmio o direito de me apontar com o dedo entre motejos e ironia...! ( Lat. Coelho , Gladiador de Ravena , III, 5, p. 63, ed. 1870.) || Pôr o dedo em cima 1. descobrir ou compreender com exatidão. || Pôr o dedo na ferida 1. indicar ou reconhecer o ponto vulnerável, dorido ou fraco. || Pôr, ou botar, o dedo no suspiro, (Bras.) prevalecer-se de uma situação vantajosa para ditar condições vexatórias. || Contar pelos dedos 1. calcular figurada e mentalmente com o auxílio dos dedos, representando eles unidades, dezenas, etc.; fazer cálculos com muito vagar e minuciosidade. || Meter os dedos pelos olhos 1. querer forçar alguém, por meio de artifício ou insistência, a ver ou pensar de certo modo e não de outro. || Pegar com as pontas dos dedos, ao de leve, sem exercer pressão nem molestar. || Lamber os dedos 1. (Fig.) diz-se de quem mostra saber-lhe muito bem alguma comida. || Ficar a chuchar no dedo 1. (fam.) sofrer uma decepção, ficar logrado numa pretensão. || Conhecer como aos próprios dedos 1. (fam.) conhecer muito de perto, intimamente. || Até os dedos lhe parecem hóspedes 1. diz-se de quem por caráter ou por se encontrar em posição constrangida a tudo se mostra estranho e de tudo se arreceia. || Cheio de dedos 1. sem saber que fazer, por que ponta pegar-lhe; indeciso, atrapalhado. || Pintar de dedo 1. (Trás-M.) fazer tudo fácil (quem está de fora). || (Bras.) (gír.) Meter o dedo, ser abelhudo. Tirar o dedo, ir-se embora. Cf. Raul Pederneiras, Geringonça Carioca, p. 20. || O dedo de Deus 1. (Fig.) o seu poder, a sua providência, a sua intervenção: Os judeus piedosos reconheceram o dedo de Deus na queda de Jerusalém. || O dedo 1. (ou a mão) do artista, a sua arte, a sua-destreza, o cunho característico do seu gênio: Neste quadro conhece-se o dedo do mestre. || Ter dedo para 1. alguma coisa, ter habilidade, aptidão para a executar. || Ter dedos de prata 1. ou de fada, ser destro de mãos para lavores (especialmente feminis) delicados e primorosos. || Ter olhos nas pontas dos dedos 1. diz-se de quem mostra muito tato, perícia e agilidade. || Medida equivalente a espessura de um dedo humano, e (p. ext.) pequena porção, um pouco: Deitar num copo dois dedos de licor. Crítica sem dois dedos de latim. ( R. da Silva. ) || No antigo sistema português de medidas lineares, um dedo correspondia a dois terços de polegada ou oito linhas. || Estar a dois dedos da ruína, da desgraça, estar muito perto dela. || (Fam.) Dar dois dedos de conversa (ou de prosa), conversar durante pouco tempo. || Jurar dedo com dedo 1. (Bras.) fazendo cruz com os dois indicadores. || (Astr.) Dígito. || Pelo dedo se conhece o gigante 1. (Adág.) na mais insignificante coisa se revela o talento, a força ou o poder de quem a fez, ou (ironicamente) a sua imperícia. || Nem um dedo faz mão, nem uma andorinha faz verão (prov.), não se deve julgar em vista de meros fatos isolados; de um só caso não se pode deduzir uma regra geral.
F. lat. Digitus.
{novo}