(abs.tra.ci:o.nis.mo)

sm.

1. Qualidade ou caráter de abstrato.

2. Art.pl. Estilo artístico, desenvolvido no início do séc. XX, cuja principal característica consiste no abandono da representação figurativa da realidade, passando o artista a se concentrar unicamente na combinação de formas, cores, volumes e texturas, sem qualquer preocupação com um tema; arte abstrata. [Nesta acp., cf.: concretismo.]

3. Fil. Propensão a tomar ideias e conceitos meramente abstratos por representações fidedignas da realidade.

4. Tendência ao emprego excessivo de ideias abstratas.

[F.: De abstração (rad. abstracion-) + -ismo, seg. o mod. erudito, ou do fr. abstractionnisme.]

O termo ' abstracionismo', ou ' arte abstrata', inexato por implicar abstração, quando esta arte se manifesta em objetos concretos, quer expressar na realidade uma representação não-figurativa, isto é, através de elementos que não tentam reproduzir a forma real de objetos, ou a forma de objetos reais. Ao longo de sua evolução passou por diversas etapas, como o impressionismo (que usou elementos geométricos, pontos ou manchas de cor para formar, no cérebro, a ' impressão' da imagem), o cubismo (com o uso de estruturas geométricas), o construtivismo (com influência de formas que evocam a tecnologia e a indústria), o movimento De Stijl (cujos elementos básicos eram linhas e superfícies de cores primárias), o abstracionismo geométrico (como a ' arte óptica', ou Op Art, de Vasarely e a arte cinética na escultura), e o abstracionismo informal, com várias vertentes (dadaísmo, action painting, tachismo, pintura gestual). No Brasil, a partir da década de 1940, destacaram-se, entre outros, os pintores abstratos Ivan Serpa, Abraão Palatnik, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Iberê Camargo.