prep. || cujo uso mais geral é caracterizar o complemento restritivo: Juramento de fidelidade, vontade de comer. Dia de fazer mercês e de alegrar a todos. ( Fr. L. de Sousa. ) [Suprime-se o e, quando se segue o artigo o e a, com o qual forma uma palavra só: O brilho do diamante, e arte da guerra.] || Às vezes também caracteriza os outros complementos: Arrancam das espadas de aço fino. (Camões, Lus., III, 130.) Começaram de subir a um mesmo tempo. (J.
F. de Andrade.) Nunca o forte deixou de cair, se por vontade se meteu nas ocasiões. (Fr. T. de Jesus.) A morte que via é consequência ordinária da guerra. (M. Bernardes.) Não vos alegrais de nos ver contentes? (Garrett.) Ando vestido de um pano grosseiro. (Vieira.) || Serve para ligar os verbos no infinito aos auxilires ter e haver: Enfim, se nem para os meus íntimos valer o que eu tenho de bosquejar... (Castilho.) Traído por uns, desamparado por outros, por onde havia o país de levantar as esperanças? (R. da Silva.) || Exprime a relação de uma denominação especial: D. João de Castro, o alfageme de Santarém, o cego da viola, o corneteiro de Badajoz, um bravo do Mindelo, a rua do Ouro, a cidade de Lisboa. || A de pertença, origem, proveniência O palácio do rei, os sonetos de Camões, o vento do norte, água da fonte. || A de natureza, qualidade, caráter, índole, tendência, vocação Corrente de água, batismo de fogo, ato de coragem, coração de bondade, homem de intrigas. || A de destino, fim, acomodação, apropriação, uso, aplicação (substituindo a prep. para): Sala de baile, mesa de jantar, coisas de comer, espingarda de caça, tinta de escrever, botas de água, pente de alisar, relógio de bolso. || A de profissão, ocupação Homem do mar, engenheiro de minas. || A de disposição, tenção, propósito Estar de partida para a Índia. || A de estado, condição, emprego, serviço Estar de dieta, de purga; ficar de guarda. || A de naturalidade, situação, habitação Os negros de África, estar de cama, a casinha do monte, as pessoas desta casa. || A de princípio ou ponto de partida, de termo de comparação Trabalho de pela manhã até à noite. (Vieira.) De Paris a Roma vai grande distância, dos trinta aos quarenta anos, subir de soldado a general, há entre eles tanta diferença como do dia à noite. || A de passagem, mudança: Ir de Lisboa ao Porto, de amarelo tornou-se branco. || A de duração, idade, data Guerra dos trinta anos, homem de quarenta anos, pão de ontem, carne de hoje e vinho do ano passado. || A de conformidade, conveniência, propriedade Mas quem tem o coração folgado, folgue-lhe o rosto como é de razão. (Garrett.) Eu sou o padre Froilão, de natural folgazão. (idem.) Praticou uma ação de cavaleiro, coração de mãe, um costume de todos os tempos. || A de composição, formação, participação, constituição: Os deputados da maioria, bosque de loureiros, campo de trigo, óleo de amêndoas doces, uma rua de árvores, uma casa de três andares. || A de matéria Estátua de bronze, borrão de tinta. || A de assunto, objeto (substituindo as prep. sobre, acerca, enquanto): Livro de viagens, escritura de dote, murmurar das vidas alheias. Tanto ganham de estimação as coisas quando se perdem, e tanto acrescentam de gosto quando se recobram. (Vieira.) || A de forma: Chapéu de três bicos, cadeira de braços. || A de instrumento Um árabe armado da sua comprida lança. (Herc.) Luís da Silva Mouzinho e Albuquerque, que morto de bala na batalha de Torres-Vedras... (Teixeira de Vasconcelos.) Dar de esporas. || A de dimensão: Um monte de 500 metros de altura. || A de valor Charutos de 5 escudos. || A de quantidade, número Exército de trinta mil homens; um livro de trezentas páginas, povoação de mil almas. || A de causa (substituindo a prep. por): O incômodo de andar a pé. Assim baixou Santa Inês a consolar seus pais oprimidos de tristeza. (M. Bernardes.) Saudades da pátria: remorsos do crime. || A de modo Deitar-se de costas, andar de carruagem, viver da sua agência. || Às vezes emprega-se como partitivo O vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza. (Garrett.) Dos fidalgos alguns ficaram em Castela, onde serviam. (Teixeira de Vasconcelos.) E haver quem deplore a vida como breve, quando nela cabem destas imensidades! (Castilho.) De tudo quanto há de mais saboroso e nutritivo para a alma. (Idem.) || Em certas frases entra como expletivo sem significação alguma: O diabo do homem. Um coitado de um pastor. (Bern. Ribeiro.) Triste de mim que será? (Idem.) || Quando colocado entre um substantivo e o mesmo substantivo repetido no pl., exprime excelência, primazia: O cântico dos cânticos, o livro dos livros, o rei dos reis. || Coloca-se depois dos comparativos para determinar o segundo termo da comparação O mais sábio de todos os homens, ninguém trabalha mais do que ele. || Às vezes precede os substantivos, os adjetivos e os advérbios para formar locuções adverbiais de baixo, de mais, de fora, de dentro, de cima, de novo, de todo, de boamente, de novamente. || Também se coloca depois dos nomes adverbiais para formar loc. prepositivas debaixo de, junto de, depois de. || F. lat. De.
{novo}