s. m. || (nas religiões antigas) lugar subterrâneo em que habitavam as almas dos mortos. [Neste sentido usa-se mais no plural e compreende o Tártaro para os malvados e os Campos Ellsios para os justos.] || (Na religião cristã) habitação dos demônios e lugar destinado ao suplício das almas dos réprobos. [Também neste sentido se usa no plural] : Rosa sofre, escutando, assustada e ao mesmo tempo curiosa, a voz irônica e incisiva do espírito do mal... - Olha, olha para tua mãe - diz o delegado do inferno. ( Pedro Ivo , Contos , p. 149, ed. 1874.) || Os demônios, as potências Infernais: Desafiaste o inferno, guarde-te Deus que ele te levante a luva. ( R. da Silva. ) || (Fig.) Coisa excessivamente desagradável, que causa muitos desgostes: Que inferno é ter cabedais! ( Castilho. ) || Lugar, reunião, vida comum em que reina a discórdia, a confusão: Isto é um inferno. || Desordem, inquietação, desassossego: Meter o inferno em casa. || Tormento horroroso, martírio atroz: Um inferno de dores. || Pena intensa, tribulação veemente motivada pela paixão ou pelo remorso: Trazer o inferno no coração. || Inferentia, bulha. || (Tecnol.) Cisterna ou poço para onde escorrem todos os resíduos líquidos do fabrico do azeite, desde a almofeira que sai das tulhas, até às águas da escalda das seiras e da lavagem das baganhas. || Refeitório onde os frades comiam carne (em certas ordens religiosas). || Buraco onde gira a roda do moinho de água. || Talha do moinho. || (Minho) Cavouco, onde gira o rodízio das azenhas. || Tição do inferno. V. tição. || Fazer inferno a alguém, incomodar alguém com grande bulha, perturbar-lhe o sossego com grande alarido. || Meter no inferno 1. (alguém). V. meter. || (Bras.) Sorvedouro onde cai a água, depois de mover a roda do moinho ou o monjolo. || Inferno verde 1. (Bras.) designação literária da Amazônia. -, adj. infernal: Colhem só luz da inferna flama próxima. ( Fil. Ells. )
F. lat. Infernais.
{novo}