s. m. || parte saliente do rosto entre a testa e g boca, que é o órgão do olfato e serve também para modular a voz no falar, para aspirar e expirar o ar e dar saída às lágrimas que descem pelo canal nasal ou lacrimal. || As ventas, a cana ou qualquer outra parte do nariz: Meter o dedo no nariz; quebrar o nariz. || O focinho dos animais: Manteiga em nariz de cão. || Ferrolho, a que está ligado o lacete da ferradura. || O olfato no homem e o faro nos animais: Ter bom nariz. || (P. ext.) Sagacidade. (Av.) Parte dianteira da fuselagem de um avião; proa. || (Bras.) (gír.) Homem, tipo, indivíduo, pessoa. || Nariz aquilino 1. o nariz cujo contorno faz lembrar um pouco o feitio do bico da águia. || Cana do nariz. V. cana. || Asa do nariz. V. asa. || Ponta do nariz 1. ou lóbulo do nariz, a extremidade inferior do nariz, a parte que fica mais afastada do rosto, e onde se juntam as asas. || Nariz do ferrolho 1. pega ou botão que sai do meio da trave ou lingueta. || Nariz da roca 1. a ponta da roca acima do bojo. || Cair de nariz 1. dar uma queda batendo com a cara no chão, cair de frente. || Chegar a mos1, tarda ao nariz 1. V. mostarda. || Conduzir alguém pelo nariz, dominá-lo completamente. || Deixar-se levar pelo nariz 1. seguir escrupulosamente os ditames de outrem obsequiosa ou inconscientemente, às cegas ou por mero espírito de obediência. || Ficar com nariz de palmo e meio 1. não obter o que queria, ficar completamente desapontado. || Ficar de nariz torcido 1. zangar-se, mostrar despeito. || Ficar de nariz comprido 1. não obter o que desejava. || Meter o nariz 1. (nos negócios alheios), intrometer-se impertinentemente em assuntos que lhe não respeitam. || Meter o nariz em tudo 1. ser metediço, ourioso em demasia. || Cantar ou falar pelo nariz, cantar ou falar fanhoso emitindo pelas cavidades do nariz a máxima parte do som. || Ser senhor do seu nariz 1. não querer os conselhos de ninguém, ser soberbo e arrogante. || Não enxergar ou ver um palmo ou dois dedos adiante, diante ou à frente do nariz, não enxergar (por falta de luz ou por defeito da visão); não compreender (por estupidez ou ignorância). || Pensar que se benze e quebrar o nariz 1. perder onde esperava ganhar, dar com as ventas num sedeiro. || Saber onde tem o nariz 1. (loc. pop.), ser perito no seu ofício, entender da poda ou do riscado; entender-se, governar-se bem. || Torcer o nariz 1. mostrar enfado, descontentamento; fazer trejeito ou esgar em ar de desaprovação: Meses depois, a Rosa adoece gravemente. O médico, chamado a toda a pressa, torce o nariz. (Antero de Figueiredo, Miradouro, p. 48, ed. 1934.) Se o vinho não é do mais fino, Frei José logo lhe torce o nariz. (Sousa Costa, Ressureição dos Mortos, c. 4, p. 74, 2ª ed.) || - pl. as ventas. || O rosto: No qual debate deram uma pedrada nos narizes a Diogo Estaço. ( Dam. de Góis. ) || Dar com os narizes 1. (ou o nariz) na porta, encontrar fechada ou defesa a porta que se esperava aberta ou franqueada. || Dar com os narizes num sedeiro 1. molograr-se a alguém a empresa ou empenho em que estava, errar desastradamente, perder num negócio. || Ir com os narizes no chão 1. bater com os narizes (ou o nariz) no chão, dar queda de narizes, cair de nariz: O hábito embrulhou-se nos pés e fez-lhe dar de narizes uma queda famosa. (Reb. da Silva.)
F. lat. Naricae.
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