s. m. || a negação da existência; o não existente, a não existência: As profundezas do nada. ( Herc. ) O que foi torna a ser; o que é perde existência; o palpável é nada; o nada assume essência. (Castilho.) || Inanidade; coisa inerte, vã, nula: Mas vossas mãos milagrosas convertem nadas em ouro. ( Tolentino. ) || Inanidade, nenhum valor: O nada destas mentiras. ( Garrett. ) || Bagatela; nonada: Os deslumbrantes nadas com que a fortuna enfeita as personagens da sua tragicomédia. ( Lat. Coelho. ) || Não servir de nada 1. ou de nada servir, não ter serventia nem utilidade alguma: Poesia malfadada assenta, amigo Luís, que nunca serviu de nada. (Tolentino.) || Não prestar para nada, não ter préstimo nem aplicação: O que é mister saber ninguém mo atinge e o que se alcança para nada presta. (Castilho.) || Não se dar nada a alguém com alguma coisa ou de alguma coisa, não lhe importar, ser-lhe indiferente: Já se dá pouco ou nada de sua guerra pequena. (Tolentino.) || Ter em nada 1. estimar em nada, não dar apreço ou estimação a: Isto que chamam antiguidade é uma droga que não tem preço certo, porque em tal parte vale muito e em tal em nada se estima. (Vieira.) || Há nada 1. (loc. adv.), recentemente, ainda agora, há muito pouco tempo: O que disse agora há nada nos dois capítulos antecedentes... (Idem.) || Por nada 1. por um triz: E foi-se a tempo, que por nada o pilho. (Garrett.) || Um nada 1. o mesmo que um tudo-nada: A seda um nada arrepiada do seu chapéu alto. (Antero de Fig.. Miradouro, p. 26, ed. 1934.) || Não ter nada de 1. não ser: Não tinha nada de estreito o aposento. (R. da Silva.) || (Bras.) (pop.) Não ser (alguém) de nada, ser um conversa-fiada, um boa-vida. || Antes de mais nada 1. para logo, imediatamente: Com quem lhe prometi que havia de falar hoje e antes de mais nada. (Garrett.) || -, pron. indef. nenhuma coisa; coisa alguma. Nada podemos esperar. Tendes nem migalha assada, coisa nenhuma de molho, e nada feito em empada e vento de tigela. (Camões.) || -, adv. de modo nenhum; não: Pois não é médico? nada! qual médico ou qual doutor! ( Castilho. ) || Usa-se às vezes com a partícula negativa não, para reforçar uma negativa: Não é nada mau; não é nada disso. || Nada mais de, nada de, não convém, não é bom, não se deve: Nada de chamar quem está quedo. (Camilo.) Nada mais de pensar nela; finjamos que ela morreu. (Gonç. Dias.) || Nada de novo 1. (loc. adv.), sem resultado, inutilmente: Tomou preparados de ferro... e nada de novo; sempre doentíssimo. (Camilo.) || Nada obstante (loc. adv.), não obstante, todavia.
F. lat. Natus scilicet res, coisa nascida.
{novo}