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05.05 Termos acessórios da oração

Chamam-se acessórios os termos que se juntam a um nome ou a um verbo para precisar-lhes o significado.

Embora tragam um dado novo à oração, os termos acessórios não são indispensáveis ao entendimento do enunciado. Daí a sua denominação.

São termos acessórios:

  • a) o adjunto adnominal;
  • b) o adjunto adverbial;
  • c) o aposto;

Adjunto adnominal

Adjunto adnominal é o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste.

O adjunto adnominal pode vir expresso por:

  • a) adjetivo:
  • A festa inaugural esteve animada. (R. Pompeia)


  • b) locução adjetiva:
  • Tinha uma memória de prodígio. (J. L. do Rego)


  • c) artigo (definido ou indefinido):

  •     Cessaram as vozes. (G. Aranha)
        Às vezes, um galo canta. (C. Meireles)

  • d) pronome adjetivo:
  • Sofia nunca lhe contou este meu palpite? (M. de Assis)


  • e) numeral:
  • Os dois homens estavam fascinados. (C. D. de Andrade)


  • f) oração:
  • O caso que vos citei é expressivo. (E. da Cunha)


Adjunto adverbial

Adjunto adverbial é, como o nome indica, o termo de valor adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo, ou de um advérbio.

O adjunto adverbial pode vir representado por:

  • a) advérbio:
  • Eu jamais tinha ouvido coisa igual. (C. Meireles)


  • b) locução ou expressão adverbial:
  • De repente um carro começa a buzinar com força junto ao meu portão. (R. Braga)


  • c) oração:
  • Como eu achasse muito breve, explicou-se. (M. de Assis)


Classificação dos adjuntos adverbiais

É difícil enumerar todos os tipos de adjuntos adverbiais. Muitas vezes, só em face do texto se pode propor uma classificação exata. Não obstante, convém conhecer os seguintes:

  • a) de causa:
  • O homem, por desejo de nutrição e de amor, produziu a evolução histórica da humanidade. (R. Pompeia)


  • b) de companhia:
  • Vivi com Daniel perto de dois anos. (C. Lispector)


  • c) de concessão:
  • Apesar de cansado, não sentia sono. (J. Montello)


  • d) de dúvida:
  • Talvez a gente combine alguma coisa para amanhã. (H. Sales)


  • e) de fim:
  • Volto daqui a meia hora, para o enterro. (C. D. de Andrade)


  • f) de instrumento:
  • A pobre morria com o palmo e meio de aço enterrado no coração. (M. Palmério)


  • g) de intensidade:
  • Temos mudado muito. (E. da Cunha)


  • h) de lugar:
  • A lama respinga por toda a parte. (C. Meireles)


  • i) de matéria:
  • Os quintais são massas escuras de verdura. Contraste com as ruas vermelhas de terra batida. (E. Veríssimo)


  • j) de meio:
  • Voltamos de bote para a ponta do Caju. (L. Barreto)


  • l) de modo:
  • A orquestra atacava de rijo. (P. Nava)


  • m) de negação:
  • Não quero ouvir mais cantar. (C. Meireles)


  • n) de tempo:
  • Ontem Afonsina te escreveu. (A. de Guimaraens)


Aposto

Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de apreciação.

  • 1. Entre o aposto e o termo a que ele se refere há em geral pausa, marcada na escrita por vírgula, dois-pontos, travessão.

  •     Ela, Açucena, estava em seus olhos. (Adonias Fillho)
        Tudo aquilo para mim era uma delícia — o gado, o leite de espuma morna, o frio das cinco horas da manhã, a figura alta e solene de meu avô. (J. L. do Rego)

    Mas pode também não haver pausa entre o aposto e a palavra principal, quando esta é um termo genérico, especificado ou individualizado pelo aposto.

    A cidade de Teresópolis. O mês de junho. O poeta Bilac.


    Este aposto, chamado de especificação, não deve ser confundido com certas construções formalmente semelhantes, como:

    O clima de Teresópolis. As festas de junho.


    Em que de Teresópolis e de junho equivalem aos adjetivos (= teresopolitano e juninas) e funcionam, portanto, como adjuntos adnominais.


  • 2. O aposto pode também ser representado por uma oração:

  • De pronto, fixou-se uma solução: traria o relógio. (J. Montello)


Vocativo

Examinando estes versos:

    Deus te abençoe, minha filha. (O. Costa Filho)
    Ó lanchas, Deus vos leve pela mão! (A. Nobre)

vemos que, neles, os termos minha filha e Ó lanchas não estão subordinados a nenhum outro termo da frase. Servem apenas para invocar, chamar ou nomear, com ênfase, uma pessoa.

A estes termos, de entoação exclamativa e isolados do resto da frase, dá-se o nome de vocativo.