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06.01 Classificação dos Substantivos

Substantivos concretos e abstratos

Chamam-se concretos os substantivos que designam os seres propriamente ditos, isto é, os nomes de pessoas, animais, vegetais, lugares, instituições, coisas.

Assim:

Maria gato flor Brasil Itamarati
Carlos tigre ipê Paris caneta

Dá-se o nome de abstratos aos substantivos que designam noções, ações, estados e qualidades, considerados como seres.

Assim:

patriotismo produção otimismo beleza
limpeza dança coragem firmeza

Substantivos próprios e comuns

Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma espécie (designação genérica) ou um indivíduo de determinada espécie (designação específica).

Quando se aplica a todos os seres de uma espécie ou designa uma abstração, o substantivo é chamado comum.

Quando se aplica a determinado indivíduo da espécie, o substantivo é próprio.

Assim, os substantivos homem, país e cidade são comuns, porque se empregam para nomear todos os seres e todas as coisas das respectivas classes. Carlos, Brasil e Paris, ao contrário, são substantivos próprios, porque se aplicam a um determinado homem, a um dado país e a uma certa cidade.

Substantivos coletivos

Coletivos são os substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie.

Comparem-se, por exemplo, estas duas afirmações:

     Cento e cinquenta milhões de brasileiros pensam assim.
     O povo brasileiro pensa assim.

Na primeira enuncia-se um número enorme de brasileiros, mas representados como uma quantidade de indivíduos. Na segunda, sem indicação de número, sem marcar gramaticalmente a multiplicidade, isto é, com uma forma de singular, consegue-se agrupar maior número ainda de elementos, ou seja, todos os brasileiros como um conjunto harmônico.

Além desses coletivos que exprimem um todo, há na língua outros que designam:

  • a) uma parte organizada de um todo, como, por exemplo, regimento, batalhão, companhia (partes do coletivo geral exército);

  • b) um grupo acidental, como, por exemplo, multidão, bando: bando de andorinhas, bando de salteadores, bando de ciganos;

  • c) um grupo de seres de determinada espécie: boiada (de bois), ramaria (de ramos);

  • d) corporações sociais, culturais e religiosas, que não representam agrupamentos de seres, mas sim instituições de natureza especial, criadas para determinado fim, como congresso, congregação, concílio.

Eis alguns coletivos que merecem ser conhecidos:

  • alcateia (de lobos)
  • arquipélago (de ilhas)
  • assembleia (de parlamentares, de membros de associações, de companhias, etc.)
  • banca (de examinadores)
  • banda (de músicos)
  • bando (de aves, de ciganos, de malfeitores, etc.)
  • cabido (de cônegos)
  • cacho (de bananas, de uvas, etc.)
  • cáfila (de camelos)
  • cambada (de caranguejos, de chaves, de malandros, etc.)
  • cancioneiro (conjunto de canções, de poesias líricas)
  • caravana (de viajantes, de peregrinos, de estudantes, etc.)
  • cardume (de peixes)
  • choldra (de assassinos, de malandros, de malfeitores)
  • chusma (de gente, de pessoas)
  • concílio (de bispos)
  • conclave (de cardeais para a eleição do Papa)
  • congregação (de professores, de religiosos)
  • congresso (conjunto de deputados e senadores, reunião de especialistas em determinado ramo do saber)
  • consistório (de cardeais, sob a presidência do Papa)
  • constelação (de estrelas)
  • corja (de vadios, de tratantes, de velhacos, de ladrões)
  • coro (de anjos, de cantores)
  • elenco (de atores)
  • esquadra (de navios de guerra)
  • esquadrilha (de aviões)
  • falange (de soldados, de anjos)
  • fato (de cabras)
  • feixe (de lenha, de capim)
  • flotilha (de navios pequenos, de aviões)
  • frota (de navios mercantes, de ônibus)
  • horda (de povos selvagens nômades, de desordeiros, de aventureiros, de bandidos, de invasores)
  • junta (de bois, de médicos, de credores, de examinadores)
  • legião (de soldados, de demônios, etc.)
  • magote (de pessoas, de coisas)
  • malta (de desordeiros)
  • manada (de bois, de búfalos, de elefantes)
  • matilha (de cães de caça)
  • matula (de vadios, de desordeiros)
  • (de gente)
  • molho (de chaves, de verdura)
  • multidão (de pessoas)
  • ninhada (de pintos)
  • penca (de bananas, de chaves)
  • quadrilha (de ladrões, de bandidos)
  • ramalhete (de flores)
  • rebanho (de ovelhas)
  • récua (de bestas de carga, de cavalgaduras)
  • repertório (de peças teatrais)
  • réstia (de cebolas, de alhos)
  • roda (de pessoas)
  • romanceiro (conjunto de poesias narrativas)
  • sínodo (de párocos)
  • súcia (de velhacos, de desonestos)
  • talha (de lenha)
  • tropa (de muares)
  • turma (de estudantes, de trabalhadores)
  • vara (de porcos)

Observação:

O coletivo especial geralmente dispensa a enunciação da pessoa ou coisa a que se refere. Tal omissão é mesmo obrigatória quando o coletivo é um mero derivado do substantivo a que se aplica.

Assim, dir-se-á:

A ramaria balouçava ao vento.
A papelada estava em ordem.

Quando, porém, a significação do coletivo não for específica, deve-se nomear o ser a que se refere.

Assim:

     Uma junta de médicos, de bois, etc.
     Um feixe de capim, de lenha, etc.